sábado, 22 de janeiro de 2011

Ele é comprometido!



O amor não escolhe hora, lugar ou coração. De repente, ele cruza com você ali, na esquina. Mãos geladas, olhos nos olhos, palpitação... Mas era bom demais para ser verdade: ele é comprometido. Diante da verdade, o chão abre embaixo dos seus pés. Você tenta se esquivar, enganar seus sentimentos, mas não tem jeito. O cupido foi certeiro, fazer o quê?, você se apaixonou por um homem que já é de outra. E agora?

Aventuras, jogos e conquista

Está certo, se não ele não ostenta uma aliança no dedo, não dá para adivinhar se está ou não disponível. Mas mesmo depois da certeza, muita gente deixa o coração falar mais alto do que a razão. Segundo o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Jr., as pessoas mais vulneráveis a esse tipo de relação são aquelas que valorizam as emoções e as aventuras. E como negar a excitação, mesmo que inconsciente, de viver o desafio do romance proibido? O jogo da conquista do "impossível" é um teste de sedução que se dá a cada beijo, a cada gesto. E, para algumas pessoas, é impossível ficar de fora.

Vivendo perigosamente

Para quem vive um relacionamento desses, às escondidas, os riscos envolvidos podem levar à loucura do prazer ou da insanidade.

A vida paralela pode até parecer um conto de fadas repleto de mocinhos e princesas, mas quem garante o "felizes para sempre"? É claro que toda relação requer uma pitada de sonhos e loucuras, mas o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Jr. explica que o comportamento baseado exclusivamente nas emoções é irracional e sem metas. "A consequência pode vir a ser algo ruim, negativo e que faz sofrer", afirma.

Um relacionamento desse peso, segundo a educadora sexual Maria Helena Vilela, é muito prejudicial para a mulher, porque, ao se submeter aos caprichos do homem comprometido, que já está com a sua vida toda estruturada, mais do que a liberdade, ela acaba perdendo a individualidade. "Perde-se o controle da relação e da própria vida, porque acabamos nos tornando vulneráveis às vontades e horários do parceiro comprometido". Oswaldo Rodrigues Jr. complementa: "O relacionamento, na verdade, é vivido apenas parcialmente por ambos".
Ou seja, não tem como uma relação dessas ser saudável.

Virando o jogo

O fato é que algumas pessoas buscam apenas os relacionamentos que mostrem que elas não são merecedoras da felicidade. "É preciso trabalhar a autoestima para que a pessoa perceba que pode ter muito mais e ser muito mais feliz", aconselha o psicoterapeuta sexual Oswaldo Rodrigues Jr. Não vale a pena passar a vida inteira à sombra de um homem. "Se o homem tem a amante como objeto de decoração, apenas para se autoafirmar, ele certamente vai largá-la se ela se tornar sua única mulher, porque vai enjoar", afirma Maria Helena Vilela.
Maria Helena Vilela frisa que, às vezes, a mulher confunde atração sexual com amor e esse nobre sentimento se torna justificativa para tudo. "É preciso que a mulher tenha muita consciência do que realmente sente. Porque, afinal, a sociedade sempre está do lado da esposa", alerta a educadora. "E não adianta, alguém sempre vai acabar se machucando. Relacionamento é isso, seja a dois ou a três", completa.

Oswaldo Rodrigues Jr. atenta que entregar a vida nas mãos de alguém comprometido pode significar falta de amor próprio. Afinal, achamos normal sermos os segundos da fila, não sermos prioridade e, mais, podemos até achar que somos incapazes de despertar sentimentos como o amor.

Para quem vive em compasso de espera, Oswaldo Rodrigues Jr. tem um conselho: "Colocar-se na condição de esperar que o outro saia de um relacionamento é colocar o poder de decisão na mão dele. E quem precisa tomar essa decisão de dar um basta ou não à situação é você", finaliza.

E aí, quem concorda com o texto de Daniela Pessoa?

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